quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Junto e misturado: inclusões de sucesso nas escolas

Iguais, porém diferentes. Por trás da aparente contradição semântica, encontra-se o verdadeiro significado da educação inclusiva: “A escola deve oferecer um ensino igualitário, reconhecendo e valorizando as diferenças de aprendizagem de cada aluno, deficiente ou não”, explica Maria Teresa Eglér Mantoan, coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferenças (Leped) da Unicamp e referência no assunto.

A equação parece difícil, mas já foi aplicada com sucesso por algumas escolas do Rio. O GLOBO-Barra foi às salas de aula para contar as histórias de estudantes que encontraram igualdade dentro de suas próprias diferenças.

Reunir crianças com necessidades especiais aos demais estudantes foi o desafio que o colégio assumiu a partir de 2006, quando, seis anos depois de inaugurado, matriculou, no ensino regular, a primeira aluna com Síndrome de Down.
A experiência foi tão bem-sucedida que chamou a atenção de pais de crianças excepcionais, atraindo um número cada vez maior de alunos.

Hoje, a Carmo Mangia recebe estudantes com os mais variados diagnósticos, como Transtorno do Déficit de Atenção e Síndrome de Sotos (conhecido como gigantismo cerebral). O sucesso da inclusão vem provando que igualar o ensino, respeitando as necessidades específicas dos alunos, não é uma tarefa impossível.

No Pensi Recreio, Kei Sawada, de 16 anos, encontrou liberdade e acolhimento para se reconhecer como um adolescente com altas habilidades, popularmente conhecido como superdotado.

— Sinto mais respeito e menos fechamento por parte dos professores. Eles respondem bem melhor às minhas perguntas — diz.

A diretora Ângela Ramos diz que o Pensi está habituado a receber estudantes como Kei:

— Ele se encontrou aqui porque os professores não o tratam de forma diferente.


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