Como parte das atividades da 6ª Semana de Valorização da Pessoa com Deficiência, promovida pelo Senado, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) debateu, nesta quarta-feira (8), os desafios para a inclusão dessas pessoas nas escolas.
Para o senador Flávio Arns (PSDB-PR), que presidiu a reunião, o Legislativo tem que viabilizar políticas públicas e orçamento para permitir a inclusão das pessoas com deficiência. Ele destacou a importância do diálogo para que o Plano Nacional de Educação, a ser elaborado no próximo ano, reflita os anseios das pessoas com deficiência.
- Precisamos, em conjunto, encontrar os caminhos; não acharmos que temos as decisões definitivas - assinalou.
O senador José Nery (PSOL-PA) destacou a necessidade de aperfeiçoamento da capacitação dos professores para garantir respeito e dignidade, nas escolas, às pessoas com deficiência.
- Creio que debater essas questões é ter sensibilidade suficiente para, no processo de inclusão, observar as diferenças e dar a elas o tratamento adequado - disse.
Participaram da audiência o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG); Allisson Vinicius da Silva Pinto, autodefensor Estadual da Federação das Apaes de Minas Gerais; Angélica de Oliveira Dias, consultora de Educação e Reabilitação da Organização Nacional de Cegos do Brasil; Rimar Ramalho Segala, professor e ator; Gustavo Adolfo de Medeiros, mestre em Inteligência Artificial e Neurociência Computacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Maria de Fátima Amaral, presidente da Associação dos Deficientes de Brasília.
Allisson Pinto observou que as escolas brasileiras ainda não estão preparadas para lidar com as pessoas com deficiência e disse que, para isso, será necessário mudar a forma de trabalhar.
Rimar Segala relatou as dificuldades vividas pelos deficientes auditivos no Brasil. Segundo ele, não basta que os professores aprendam a língua de sinais, mas entendam a cultura do surdo.
Segundo Gustavo Adolfo de Medeiros, pesquisador da Adefa na área de autismo, a forma como vem sendo imposta a inclusão nas escolas brasileiras tem prejudicado os estudantes com deficiência.
- Acho que a inclusão não é um objetivo, a inclusão é um meio. E, mais importante do que incluir, é saber incluir, saber quanto, onde e como incluir.
Para Angélica de Oliveira Dias, Consultora de Educação e Reabilitação da Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB), a legislação brasileira tem avançado no sentido de buscar a inclusão das pessoas com deficiência, mas não há ainda políticas efetivas para cumprimento dessas leis. Na opinião de Angélica, ainda é utópico falar de inclusão no Brasil.
- A gente fala: vamos tornar iguais os diferentes. Não. Nós devemos tratar a diferença com diferença, sim, para que a gente consiga colocar num patamar de igualdade - argumentou.
A presidente da Associação dos Deficientes de Brasília (ADB), Maria de Fátima Amaral, também reivindicou maior cumprimento da legislação para a garantia da acessibilidade aos deficientes. Ela narrou as dificuldades encontradas para frequentar as aulas em uma universidade do Distrito Federal.
Para o deputado Eduardo Barbosa (dep. Federal MG), o preconceito em relação a pessoa com deficiência é camuflado no Brasil, o que também dificulta o aprendizado nas escolas.
Fonte: senado.gov
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