segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Empresas terão que se adequar para atender pessoas com deficiência

A legislação brasileira dispõe sobre questões de acessibilidade em estabelecimentos e órgãos públicos, a exemplo da Lei Federal nº 11.126/05


O anúncio de uma empresa paulista contratando pessoas portadoras de deficiências para atuar como clientes secretos em agências bancárias de Maceió e ajudar na avaliação dos atendimentos, principalmente em questões relacionadas à acessibilidade trouxe à tona a discussão sobre a importância de adequação para que cadeirantes, cegos e surdos utilizem os serviços bancários.
 Segundo o anúncio, feito pela Plura Consultoria e Inclusão Social, a melhoria na prestação de serviços às pessoas com deficiência nos bancos será baseada nessa avaliação. Além de Alagoas também há vagas para os estados do Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Tocantins e Distrito Federal.
A legislação brasileira dispõe sobre questões de acessibilidade em estabelecimentos e órgãos públicos, a exemplo da Lei Federal nº 11.126/05 que trata da utilização do cão-guia em locais públicos para as pessoas com deficiência visual. Existem também nas Normas Brasileiras de Acessibilidade a NBR 15250 que garante a acessibilidade em caixas de auto-atendimento bancário.
A vereadora por Maceió e deputada eleita, Rosinha da Adefal explicou que na Câmara Municipal tramita um Projeto de Lei de sua autoria, que cria o “Selo de Acessibilidade” para as empresas que possuem suas instalações totalmente acessíveis. Para ela, o país está bem abastecido em relação a legislação, mas ainda falta o cumprimento dessas leis pelas empresas e a conscientização da sociedade em geral.
”As pessoas com deficiência enfrentam vários problemas nesses estabelecimentos. Para os usuários de cadeiras de rodas, como eu, a dificuldade é a altura dos caixas eletrônicos que não nos permite utilizá-los com autonomia. Já para os surdos, a dificuldade é na comunicação, pois ainda não vi aqui em Maceió uma agência bancária com um intérprete de Libras disponível. Os cegos, por sua vez, encontram dificuldades para se locomover pelas agências visto que muitas delas não possuem piso tátil”, destacou.
Rosinha da Adefal lembrou que iniciativas para avaliar a prestação de serviços aos deficientes podem melhorar a acessibilidade nas agências bancárias. Para a vereadora, a pessoa com deficiência precisa ser valorizada como qualquer outro cliente e os bancos também têm que estar preparadas para realizar o atendimento de forma adequada.
“Ninguém quer o nome da sua empresa ligado a fatores negativos como a exclusão de um certo tipo de cliente. A partir da cobrança feita através das avaliações dos serviços acredito que as agências bancárias, assim como outros órgãos, tendem a perceber a acessibilidade como um fator que agrega valores positivos a empresa”, afirmou.
Ainda de acordo com a vereadora, apesar de ser um emprego temporário, as vagas oferecidas pela empresa para fazer a avaliação nas agências bancárias abrem portas para incluir o deficiente no mercado de trabalho. Ela lembrou que a pessoa com deficiência tem renda, é produtiva e pode ocupar todos os tipos de trabalho, inclusive os temporários.
“Oportunidades como esta revelam que algumas empresas têm despertado para esse segmento de consumidores ativos, que são as pessoas com deficiência. Empregos como estes revelam que há uma contratação mesmo sem a obrigação do cumprimento da lei de cotas. A inclusão precisa ser algo espontâneo”, ressaltou Rosinha da Adefal.

por Emanuelle Oliveira
 

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