quinta-feira, 31 de março de 2011

Educação planeja ações para combater a discriminação nas escolas públicas

Mesa com os palestrantes
Levantamento encomendado pelo MEC mostra que a incidência de práticas preconceituosas afetam os índices educacionais das unidades de ensino

Na manhã desta segunda-feira (21), técnicos da Secretaria de Estado de Educação e do Esporte (SEE) e representantes de movimentos sociais se reuniram no auditório do órgão para discutir o planejamento de ações de combate ao preconceito nas escolas da rede pública estadual. O encontro ainda contou com a presença de fóruns de Diversidade Etnicorracial, Sexual, Indígena, do Campo, da Educação de Jovens e Adultos e do Meio Ambiente.
Na ocasião, foi apresentada pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que mostra que a prática de discriminação na escola afeta diretamente os índices da Educação Básica brasileiro. De acordo com o levantamento, encomendado pelo Ministério da Educação (MEC), as principais formas de hostilidade e exclusão encontradas nas unidades escolares são o preconceito de gênero, o racial, o de orientação sexual e a discriminação contra pessoas com deficiência intelectual.
“Este é um estudo pioneiro sobre a diversidade na escola brasileira e os dados aqui presentes reforçam que a melhoria dos índices educacionais passam não só pelo fortalecimento do ensino do Português e da Matemática, mas também pelo combate à discriminação na comunidade escolar”, destaca a professora Maria Alcina Ramos, que apresentou o levantamento.
Políticas públicas – A partir da pesquisa do Fipe, os fóruns de diversidade farão um estudo coletivo junto à SEE para a elaboração de políticas públicas que combatam o preconceito na escola. A gerente de Diversidades, Irani Neves, conta que a Secretaria mantém diálogo permanente com os fóruns e movimentos sociais.
“O resultado desse levantamento servirá de base para que, junto com os movimentos sociais, nós possamos conduzir políticas inclusivas em educação que respeitem a diversidade. O encontro que tivemos hoje com os fóruns já é um grande avanço nessa discussão”, afirma.
Escolas – Algumas unidades da rede pública estadual já realizam ações bem sucedidas no combate à discriminação. É o caso do Projeto Peróla Negra, na Escola Estadual Alberto Torres, no bairro de Bebedouro. Uma iniciativa do professor de Matemática Állex Sander Porfírio, o Pérola Negra existe desde 2008 e promove, por meio de atividades interdisciplinares, o maior conhecimento da herança africana na cultura brasileira com alunos do Ensino Fundamental e Médio.
A ação obteve bons resultados e, em dois anos, o número de estudantes inseridos no projeto aumentou de 150, em 2008, para 740 em 2010. A incidência de preconceito racial entre os jovens também foi reduzida.
Para 2011, o projeto vai fortalecer a discussão de um tema que preocupa educadores em todo o mundo: o bullying, termo inglês que designa as práticas de agressão e hostilidade de alunos entre si.
“O bullying é uma forma de violência que pode ser tanto física como psíquica e, desde o ano passado, nossa escola tem uma preocupação de abordar esta temática. Inclusive, existe uma cartilha do Conselho Nacional de Justiça que orienta pais e professores sobre como lidar com este problema”, explica.

50 Anos de APAE de São Paulo: referência no tratamento da deficiência intelectual no Brasil

Organização implementou o Teste do Pezinho no país.
São Paulo - O anseio de um pequeno grupo de pais em prover aos filhos com Deficiência Intelectual uma vida mais digna, fez nascer a APAE de São Paulo, no dia 04 de abril de 1961. No início das atividades, os pais e voluntários visitavam os postos de Saúde da cidade de São Paulo e cadastravam as pessoas que possuíam familiares com Deficiência Intelectual. O objetivo era registrar os casos, levar orientação às famílias, fomentar a troca de experiências e atender as pessoas com tal deficiência.
Em pouco tempo, a organização sentiu a necessidade de ampliar o atendimento ao público e descentralizá-lo para ofertar mais acesso aos atendidos. Para angariar recursos para crescer, a APAE de São Paulo envolveu a sociedade, empresariado e governo, por meio de eventos beneficentes de sucesso, como a Feira da Bondade, Agulhas da Alta Moda, Leilão de Vinhos e campanhas de sensibilização. Atualmente, mais de 3.080 pessoas com Deficiência Intelectual são atendidas mensalmente nas unidades da Vila Clementino e do Itaim Bibi e nos núcleos localizados na Freguesia do Ó, em Itaquera e no Campo Limpo.
Compreender melhor as causas da Deficiência Intelectual, os tratamentos adequados e as formas de prevenção, impulsionou a Organização na busca por respostas dentro e fora do País. Criou-se assim o Instituto APAE de São Paulo dedicado à pesquisa e disseminação dos conhecimentos voltados para o bem estar e inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual.
Seu grande trunfo nos esforços científicos foi a introdução do Teste do Pezinho, no Brasil, em 1976. O exame básico diagnostica quatro patologias — doença falciforme, outras hemoglobinopatias, fibrose cística, hipotireoidismo congênito e fenilcetonúria — das quais as duas últimas, se não tratadas, podem gerar Deficiência Intelectual.
Hoje, o laboratório da APAE de São Paulo é o maior do país em Triagem Neonatal. A organização tornou-se referência em prevenção da Deficiência Intelectual, contabilizando um total de mais de 13 milhões de Testes do Pezinho em bebês brasileiros, desde 2001. Outros dois exames são realizados: o Mais e o Super, que diagnosticam respectivamente 10 e 46 patologias.
Para tornar realidade a inclusão das pessoas com Deficiência Intelectual na sociedade, a organização oferece apoio ao desenvolvimento e estímulo de suas habilidades, do nascimento ao envelhecimento. Na fase inicial de vida, os bebês são encaminhados para o serviço de Estimulação e Habilitação constituído de atividades com profissionais como fisioterapeuta, psicólogo, serviço social, terapia ocupacional.
Na organização, as crianças e adolescentes que frequentam as escolas regulares recebem apoio educacional no contra turno. Em 2010, 448 alunos foram atendidos e matriculados em salas comuns da rede regular de ensino. O público jovem ainda encontra incentivo por meio do contato com o esporte, o lazer e a cultura, contribuindo para o desenvolvimento pessoal nos âmbitos social, afetivo e familiar. Mais de 5 mil oficinas foram realizadas em 2010.
A oportunidade no mercado de trabalho é a meta do Serviço de Capacitação e Orientação da APAE DE SÃO PAULO, criado em 2003. A organização preparou 300 profissionais e incluiu 56 pessoas no mercado de trabalho, no ano de 2010. Já aqueles atendidos que apresentam um processo de diminuição no desempenho encontram no Serviço de Apoio ao Envelhecimento – Zequinha, uma programação com atividades voltadas à manutenção de suas habilidades.
Durante as últimas décadas, a APAE de São Paulo colaborou ativamente na construção de uma legislação mais coerente às necessidades das pessoas com deficiência. E para fazer valerem as conquistas legais, o programa Jurídico Social Familiar promove orientação aos atendidos e familiares e ajuíza ações de caráter jurídico-social. Somente em 2010, 612 famílias foram atendidas pelo programa.
Após 50 anos, novos desafios se desenham e a APAE de São Paulo aponta o olhar para um futuro que privilegia cada vez mais a emancipação da pessoa com Deficiência Intelectual. A organização acredita na força da voz de seus atendidos e apoia o movimento de Autodefensoria, a fim de permitir que essas pessoas se firmem em um processo de autonomia e de engajamento pessoal na luta pela defesa de seus direitos e a respeito de suas vidas.
Perfil- A APAE de São Paulo é uma Organização da sociedade civil sem fins lucrativos, referência na prevenção e na melhor qualidade de vida da pessoa com Deficiência Intelectual. Atua em todas as fases da vida, da infância ao processo de envelhecimento. Pioneira em introduzir o Teste do Pezinho no Brasil, a Organização possui o maior laboratório do País especializado na área e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal. Desde 2001, já foram realizados mais de 13 milhões de testes em bebês brasileiros. Ainda como prevenção da Deficiência Intelectual, a Organização promove e apoia pesquisas, trabalha pela defesa e garantia de direitos da pessoa com Deficiência Intelectual, produz e difunde conhecimento científico. Além disso, promove a inclusão social da pessoa com Deficiência Intelectual estimulando o desenvolvimento de habilidades e potencialidades que favoreçam e escolaridade e a vida produtiva laboral, bem como, oferecendo atendimento jurídico aos atendidos e familiares acerca dos direitos e deveres da pessoa com deficiência. Em 2011, a Organização completa 50 anos de atuação. [ www.apaesp.org.br | email atendimento@apaesp.org.br , telefone (11) 5080-7123]. 

Fonte: revistafator

DEFICIENCIA INTELECTUAL E AS APRENDIZAGENS

A deficiência intelectual atua nas funções cerebrais, logo, influencia o desenvolvimento da inteligência. Esse funcionamento é mais lento, por isso, a inteligência se desenvolverá com atraso. Daí chamar-se "retardo".

Considera-se inteligente a pessoa que tem a capacidade de realizar aprendizagens e de se adaptar ás novas situações. Quando se fala em aprendizagens, não nos referimos somente às aprendizagens escolares, mas principalmente, aquelas que são básicas e que garantem sua sobrevivência, como por exemplo: vestir-se, alimentar-se, cuidar de si mesmo.

Dependendo da gravidade da deficiência, o deficiente intelectual terá maior ou menor dificuldade para aprender e necessitará de maior ou menor apoio das pessoas que o rodeiam. 

Quanto às aprendizagens escolares, o deficiente intelectual pode aprender tudo o que o que lhe for ensinado, desde que suas necessidades especiais sejam respeitadas. Podemos afirmar, então, que o deficiente (em graus leve e moderado) é uma "pessoa inteligente", porém, dentro de "suas limitações".

Que necessidades especiais são essas?

1- Aprender uma coisa de cada vez,repetindo-se até que consiga fazer sozinho, ou seja, adquira autonomia. 
2- Devemos ir direto ao ponto, sem muitos rodeios. Muitas informações, explicações ou pontos de vista os deixam confusos.
3- Se o que for ensinado tiver uma sequncia de procedimentos, ensinar passo a passo. Quando tiver dominado o primeiro passo, ensina-se o segundo, e assim por diante.. De tempos em tempos, revisa-se a sequência de passos, repetindo-a até que consiga fazer sozinho. E assim por diante.
4- Eles precisam trabalhar com conteúdos concretos, pois possuem muita dificuldade em abstrair, generalizar e relacionar.
5- Respeite seu ritmo de aprendizagem e de trabalho. A maioria dos deficientes intelectuais são mais lentos para aprender e para realizar uma atividade.
6- Por sua própria condição, por questões ambientais e familiares, a maioria dos deficientes intelectuais apresentam carência de imagens mentais. Para que as aprendizagens escolares se realizem, é preciso que suas atividades sejam bastante ilustradas e com muito colorido para despertar-lhes o interesse.
7- Não exija o que ele não tem e não pode oferecer. O deficiente não pode realizar coisas que as pessoas "normais" fazem com a mesma velocidade e com o mesmo rendimento. Assim, na escola, a avaliação deve ser de acordo com o que foi trabalhado com eles. Mas, também, não é um incapaz. Eles apenas tem  limitações e dificuldades.
8-  Ao ser avaliado na escola, deve-se levar em conta o seu esforço e rendimento dentro do que foi trabalhado com ele..jamais deve ser comparado com o restante da turma, pois, neste caso, sempre estará em desvantagem.
9- 
Segundo os documentos oficiais, o deficiente intelectual tem direito a um currículo especial (mínimo, mas que garanta o prosseguimento dos estudos), aprendizagem apropriada e avaliação especial.( diferente da avaliação da turma).
10- Lembre-se que atender as necessidades educativas especiais dos deficientes não é "discriminação". 
É respeito à sua condição. Dar notas baixas porque ele não faz o que o restante da turma faz  ou deixar de ensinar-lhe, é que é discriminação. 
11- Elogie sempre e muito. A cada acerto faça uma "festa". Eles precisam sentir que são valorizados.. Com isto, a auto-estima e a autoconfiança melhoram muito.
12- Tenha paciência e seja perseverante. As coisas não se resolvam rapidamente. Mas, não desista nunca.
 
Sueli Freitas 
 

Inclusão de Pessoas Deficientes: Um Caso de Vontade Política

 
Pessoas com deficiência, negros, homossexuais, pobres, índios, ex-presidiários, ex-dependentes químicos, mulheres. O que têm em comum? A necessidade de políticas públicas para sua inclusão na sociedade. Mas não basta a vontade política, há que mudar o comportamento dos que se dizem civilizados. Hoje falarei um pouco sobre as pessoas com deficiência.
Antigamente eram chamados de “Portadores de deficiência ou de Necessidades Especiais”, nome totalmente inadequado porque, como eles mesmo dizem… “se estivéssemos portando alguma coisa poderíamos deixá-la em casa”.
Os deficientes visuais podem ser classificados como cegos – quando nada enxergam – ou pessoas com baixa visão (também denominadas pessoas com visão subnormal), sendo esses deficientes o grupo com maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho, haja vista a necessidade de investir em equipamentos de proteção, de direcionamento e de adaptação do ambiente de trabalho. Mas, afirmo, isso é PRECONCEITO: o sistema operacional DOSVOX pode ser instalado gratuitamente nos computadores, o direcionamento no local de trabalho pode ser feito com facilidade – fitas no solo, indicação em Braille – e, na verdade, nem é necessário, pois o deficiente visual aprende com extraordinária facilidade o “caminho de casa”, isto é, o caminho para sua mesa de trabalho, para a copa, para o banheiro e até para a sala do chefe. Em suma, quase não há investimento no ambiente de trabalho, e o benefício, o benefício emocional, o ganho em aprendizado do conceito de superação, é impagável. No dia-a-dia, também é fundamental que os deficientes visuais tenham acesso às artes, seja através de filme ou teatro falados (com descrição das cenas), além de maior número de textos em Braille.
Os surdos-mudos precisam que um número maior de pessoas se especializem na Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), de modo a viabilizar eventos acessíveis.
Os surdocegos, pessoas que têm ambas deficiências, precisam ser mais compreendidas, pois não se trata apenas de surdos que também não enxergam, ou cegos que também não ouvem, trata-se de uma deficiência múltipla com características próprias e que precisa de tratamento único, especializado.
Os cadeirantes têm todas as possibilidades de ingressarem no mercado de trabalho, desde que as empresas se preparem com investimentos no mobiliário e na infra-estrutura ambiental, como banheiros adaptados e acessos adequados.
As pessoas com síndrome de Down ou com autismo precisam ter sua capacidade reconhecida, pois o preconceito predomina sobre a aceitação, tornando mais difícil a sua inclusão no mercado de trabalho. Há vários exemplos de empresas que já os contratam para atividades de apoio administrativo, sem que haja necessidade de qualquer investimento tangível, bastando a boa-vontade dos dirigentes e colegas de trabalho

Fernando Gutman

Fonte:  dihitt

quarta-feira, 30 de março de 2011

Simpósio sobre cérebro e deficiência intelectual

Participe do Simpósio em comemoração aos 50 anos da Apae de São Paulo.
Entre os convidados a palestrarem está Esper Abrão Cavalheiro, presidente do conselho cientifico da Apae São Paulo e Mayana Zatz, coordenadora do centro de estudos do genoma humano. As palestras têm como foco o cérebro e deficiência intelectual.
O evento será no dia 06 de abril e tem como objetivo abrir espaço para a discussão de temas relacionados ao conhecimento do cérebro e à possibilidade de utilização de novos métodos terapêuticos para o tratamento de patologias neurológicas crônicas, que podem gerar deficiência intelectual.
Para verificar o cronograma das palestras e realizar a inscrição acesse o site www.apaesp.org.br ou por telefone (11) 5080-7061 / 5080-7007. O valor da inscrição é de R$ 50,00 para profissionais, e de R$30,00 para estudantes, organizações e familiares participantes da instituição.


Simpósio da Apae de São Paulo comemorativo de 50 anos
Local: Memorial da América Latina
Endereço: Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 – Portão 10
Barra Funda – São Paulo
(Próximo ao metrô Palmeiras-Barra Funda)
Data: 06/04/2011
Horário: Às 14h

segunda-feira, 28 de março de 2011

Pedagoga com Síndrome de Down, exemplo de superação

Uma em cada 700 crianças nasce portadora da síndrome de Down
 
Estimativa é da Organização Mundial de Saúde. Hoje, no dia em que se comemora o dia internacional da síndrome, conheça Érica, que com o apoio da família venceu o preconceito e se graduou em pedagogia.
 
O estímulo da família e a vontade de aprender levaram Érica Duarte Nublat à faculdade de pedagogia. “Tenho interesse em ensinar tudo para crianças”, conta a pedagoga recém formada. Os colegas e professores foram surpreendidos pela dedicação de Érica. “Quando ela fazia trabalho de grupo, ela arrebentava. Se você falava alguma coisa, ela já estava com a pesquisa na mão, primeiro que nós", lembra a pedagoga Maria Amélia da Cruz, colega de turma.

Enquanto Érica se preparava para a cerimônia de formatura, outros jovens mostravam criatividade numa apresentação no Teatro Nacional. Uma em cada 700 crianças nasce com síndrome de Down, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A alteração genética dificulta ,mas não impede o aprendizado. “Uma criança com síndrome de Down tem condições de fazer qualquer coisa que uma criança comum faça, desde que ela seja bem estimulada”, explica Moema Arcoverde, da Secretaria de Saúde.


Érica agarrou a oportunidade que os pais deram e precisou vencer o preconceito, que veio inclusive de uma professora nos primeiros anos de escola. “Ela falou que eu consigo aprender mais nada. Acho que ela vai se arrepender porque eu estou me formando”, comemora.


O curso de pedagogia tem duração de três anos e meio. A Érica fez em cinco anos e essa foi a única adaptação. Vale destacar que, mesmo sendo portadora de síndrome de Down, ela nunca estudou em escola especial.


A família comemora a conquista. “Quando ela nasceu, é claro que foi um choque pra nós. Então, a gente ficou imaginando: será que ela vai andar, falar. Ela andou com um ano e falou”, relembra a mãe, Valéria Duarte. Érica que agora estudar medicina veterinária.

Assista ao vídeo!

Renata Costa
 

Livro infantil de audiodescrição trata de diferenças e inclusão

Ana Lúcia Caldas
Repórter da EBC
Brasília - Compreender as diferenças e viver com elas. Essa visão especial levou a escritora Monica Picavêa a escrever o livro Simplesmente Diferente, considerado o primeiro de audiodescrição destinado ao público infantil com deficiência visual. A ideia surgiu da convivência com as pessoas com deficiência e também para que as filhas gêmeas, hoje com 2 anos, encarassem essa relação como algo natural.
De acordo com a autora, “é o livro de uma pessoa que não tem ninguém na família com deficiência, para crianças que não têm deficiência, mas também para as que têm, enfim, para criar um mundo onde a inclusão seja uma coisa natural”.
Mônica disse que a publicação, que vem acompanhada de um CD, não deve ser confundida com o audiolivro, em que uma pessoa lê a história para outros. Na audiodescrição, todas as imagens são descritas de forma a serem compreendidas pelas crianças com deficiência visual. É descrito aquilo que compreendemos visualmente e que não está contido nos diálogos, como expressões faciais e corporais.
"As ilustrações do livro, de Hugo Serra, estavam ficando tão bonitas que era necessário ir um pouco além". A ideia de audiodescrição é da especialista Lívia Maria Villela de Mello Motta. “A gente estava fazendo um livro sobre inclusão, onde a criança com deficiência visual poderia saber a história, mas não poderia ver, foi quando a professora Lívia sugeriu a audiodescrição. Ela disse que não tinha conhecimento de nenhum livro infantil com audiodescrição. Esse é o primeiro”.
Simplesmente diferente é uma coletânea de sete historinhas rimadas, inspiradas em pessoas reais e ensinam a enxergar a diversidade com mais naturalidade. O livro é editado pela J.J Carol e pela Fundação Stickel.
No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial.
A atriz Roseli Behaker Garcia inspirou uma das histórias de Simplesmente Diferente: Que nem Pipoca!, onde tia Rô não pode enxergar e mesmo assim vive no palco a atuar. “A Mônica quis dizer para as crianças que é possível trabalhar em grupo e que cada um, com sua diferença, pode ter uma função no grupo que está. Ela faz uma analogia da pipoca, que é milho e tem que conviver com a transformação.”
Roseli diz que a ideia da escritora de fazer histórias com pessoas do cotidiano, que têm uma deficiência, é uma grande iniciativa. “O fato dela ter lembrado de mim em uma das histórias me deixou muito feliz. “
Mônica explicou que o motivo do livro, a inclusão, tem funcionado com suas filhas. “Para elas é natural, tanto a cadeira de roda, quanto as pessoas com deficiência visual ou qualquer outro tipo”.
 
Edição: Rivadavia Severo

Invenções para auxiliar pessoas com deficiência são destaque em feira de ciências de jovens

Sarah Fernandes
Se escolher uma camisa, acessar a Internet ou se deslocar até uma banca de jornal são tarefas consideradas simples, elas também podem representar desafios para pessoas com deficiência. Pensando nisso, jovens inventores de vários estados criaram soluções para ajudar essa parcela da população em tarefas cotidianas, que envolvem desde uma etiqueta para reconhecer a cor das roupas até uma cadeira de rodas movida pelo sopro.

Os projetos foram expostos na 9ª Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace), que aconteceu entre 22 e 24 de março, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). O evento reuniu 302 projetos, desenvolvidos por 607 estudantes de 14 a 20 anos. Deles, pelos menos 11 visam a melhorar a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

Um deles é uma etiqueta estampada na roupa, com um código. Ela é “lida” por um software livre instalado no celular, que informa à pessoa com deficiência visual a cor, o tamanho, o modelo e o material da peça. “Queremos oferecer o sistema para lojas de varejo, para que já produzam as roupas com as etiquetas”, conta Jéssica Carnicelli, de 20 anos, que desenvolveu o projeto pela Fundação Bradesco de Osasco (SP).

As pessoas com deficiência visual podem cadastrar as roupas que já têm no software e gerar a etiqueta. Aí é só aplicá-la na peça, em qualquer estamparia. “O único momento em que eles precisariam de ajuda seria para informar as características da peça no programa”, conta Jéssica.

Para a coordenadora da Febrace, Roselli de Deus Lopes, a preocupação com inclusão social está alinhada ao objetivo da feira. “Queremos que os jovens olhem em volta, percebam problemas ao seu redor e proponham soluções”, conta. “A preocupação com a acessibilidade vem das leis de inclusão, do destaque sobre o tema na mídia ou do contato com algum familiar ou amigo”.

Na feira também foi apresentado um sistema operacional de computadores voltados para pessoas com Síndrome de Down. Além de oferecer um navegador de Internet simplificado, ele contém jogos para estimular memória e coordenação motora. “Nosso objetivo é melhorar a concentração, a memória e as habilidades físicas das pessoas com Síndrome de Down”, conta Ludymila Lobo, de 18 anos, que acaba se formar na Fundação Nokia de Manaus (AM).

Dos projetos voltados às pessoas com deficiência, quatro desenvolveram estratégias para acionar cadeiras de rodas. Uma delas, de Itapipoca (CE), consegue fazer a cadeira se mover pelo sopro. Outra é acionada por comandos de voz. “Usamos um software livre, disponível para download na Internet”, conta André Lunk, de 17 anos, que participou do projeto pelo Instituto Federal de Pelotas (RS).

Também foi apresentado um localizador de objetos pelo som, um alarme para impedir que pessoas sem deficiência estacionem em vagas reservadas, um leitor de braile e um software para auxiliar o aprendizado da Língua Brasileira de Sinais.

“Os projetos são bastante relevantes sob o aspecto social e demostram uma postura compromissada dos alunos com a pesquisa”, afirma o avaliador da feira, Rubens Gedraite, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Fonte: aprendiz.uol

Ceará contrata mais pessoas com deficiência

A contratação caiu 17% no Brasil. Já no CE aumentou em 22%

O Estado teve um aumento de 22% na contratação de pessoas com deficiência (IGOR DE MELO) 
O Estado teve um aumento de 22% na contratação de pessoas com deficiência (IGOR DE MELO)
 
A contratação de pessoas com deficiência no Brasil caiu cerca de 17% entre 2007 e 2009. Os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), revelam que que em 2007 o número de pessoas com deficiência contratadas formalmente foi de 350 mil. Já em 2009, o número caiu para 290 mil.

O Ceará, felizmente, não seguiu a tendência nacional. Aqui, entre 2007 e o ano passado o número de contratações com carteira assinada para pessoas com deficiência subiu 22%. Eram 1.560 trabalhadores em 2007, o que evoluiu para 1.915 em 2010.

Fátima Almeida, gerente da unidade de atendimento de pessoas com deficiência do Sine/IDT, confirma que hoje há mais de 280 vagas abertas para preenchimento de trabalhador com deficiência. “Poucos trabalhadores estão procurando as nossas unidades. Temos até dificuldade de atender as demandas que temos, das empresas que procuram”, diz.

Para esse trabalhadores que desejam conseguir um emprego com carteira assinada rapidamente, Fátima aconselha: É preciso se qualificar. “O nível de escolarização tem que ser compatível com o mercado e é preciso melhorar a performance constantemente. Essa dica vale para todos os trabalhadores, com deficiência ou não”, completa.

Cota
A Lei 8.213, de 1991, passou a regular a contratação de deficientes e pessoas com deficiência. Após sua publicação, ficou obrigatório, por lei, que empresas com mais de 100 trabalhadores tenham contratado, dentro do seu quadro de funcionários, 2% a 5% de portadores de necessidades especiais.

SERVIÇO
O SINE/IDT oferta cursos gratuitos de profissionalização para pessoas com deficiência.
Telefone: (85) 3101 2777
Endereço: Rua Assunção, 699 - Centro

SAIBA MAIS

O que diz a lei
De acordo com a lei 8.213, a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2 a 5% dos seus cargos com beneficiários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção:


Até 200 funcionários: 2%
De 201 a 500: 3%
De 501 a 1000: 4%
De 1001 em diante: 5%o

Mariana Penaforte
marianapenaforte@opovo.com.br

Fonte: opovo

quinta-feira, 24 de março de 2011

Instalada Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui

O Prof. Henry Campos observou que a UFC enxerga a questão da acessibilidade em sua dimensão mais ampla e mais abrangente.

Foi instalada, na manhã desta quinta-feira (24), a Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui, "o passo que faltava ser dado, em nossa Universidade, para se colocarem em marcha, de uma forma definitiva, mais ações inclusivas necessárias para eliminarmos as barreiras que se interpõem entre as pessoas com deficiência e o seu projeto de aqui estudarem e trabalharem", disse o Vice-Reitor Henry de Holanda Campos, durante a solenidade de instalação do órgão.
Visivelmente emocionada, a Profª Vanda Magalhães Leitão, titular do novo setor, falou da grande satisfação por estar realizando um projeto que foi gestado por pessoas que há alguns anos vêm dedicando suas energias e saberes em ações que, de uma forma ou de outra, promovem o bem estar de pessoas com deficiência na Universidade Federal do Ceará. A instalação da Secretaria marcou, também, a abertura do III Ciclo de Debates UFC Inclui, cujo tema é Acessibilidade e Inclusão de Alunos com Deficiência na Universidade Federal do Ceará.

O Prof. Henry Campos observou que a UFC enxerga a questão da acessibilidade em sua dimensão mais ampla e mais abrangente. Nós a compreendemos como o direito de eliminação das mais diversas formas de barreiras para o acesso aos ambientes físicos e virtuais, assim como aos meios de informação, de comunicação e ao próprio conhecimento constituído historicamente pela sociedade.


Conforme a Profª Vanda Leitão, a instalação da Secretaria de Acessibilidade surge num momento possível e propício, em que os movimentos sociais em prol dos direitos à cidadania são efervescentes, admitindo que os desafios são inúmeros e de natureza diversa, entre eles, e em especial, às dificuldades que temos, todos (uns mais outros menos), em lidar com as diferenças e com os limites, nossos e de outrem. Este é o maior de todos os desafios, acrescentou.


Fazendo uma rápida retrospectiva, o Vice-Reitor Henry Campos lembrou a criação da Comissão Especial de Educação Inclusiva, através de Portaria assinada pelo Reitor Jesualdo Farias, em novembro de 2009, a primeira ação institucionalizada, na história da UFC, voltada para a acessibilidade, revelando a disposição da Administração Superior de fazer acontecer a inclusão entre nós.


A Secretaria tratará a acessibilidade em suas várias dimensões - atitudinal, arquitetônica, pedagógica e tecnológica , delineando políticas de acessibilidade, construindo projetos e realizando-os, numa perspectiva intersetorial. No discurso, a Profª Vanda Leitão reconheceu, no entanto, que sem parcerias não transporemos os desafios e não promoveremos a inclusão de alunos, servidores técnico-administrativos e professores da UFC.


Considerando a instalação da Secretaria um momento histórico, o Vice-Reitor Henry Campos manifestou o reconhecimento institucional ao devotado e persistente trabalho da Profª Vanda Leitão, que incorporou a causa da acessibilidade também ao seu coração e muito lutou para que se iniciasse na Universidade uma cultura de respeito e assimilação da acessibilidade em sua concepção plena.


A mesa que presidiu a solenidade, realizada no auditório Valnir Chagas, da Faculdade de Educação da UFC, contou com as presenças do Pró-Reitor de Graduação, Prof. Custódio Almeida, e do Diretor da Faculdade de Educação, Prof. Luis Távora.


CICLO DE DEBATES
As atividades da Secretaria de Acessibilidade tiveram início antes de sua instalação oficial. Além de organizar o III Ciclo de Debates, o grupo realiza um cadastro de estudantes, professores e funcionários da UFC que apresentam limitações na mobilidade. Atualmente, a Universidade não possui informações precisas sobre o assunto.

A equipe também começou a estabelecer parcerias com outros setores da Instituição, como a Coordenadoria de Obras e Projetos (COP), que, a partir de agora, deverá programar mudanças arquitetônicas nos campi da UFC, com o objetivo de promover a acessibilidade. O setor planeja, ainda, um pacote de ações de sensibilização da Universidade, que ainda desconhece os direitos das pessoas com deficiência.


A Secretaria funciona no andar térreo da Biblioteca do Centro de Humanidades (Área 1), no Campus do Benfica. Sua criação foi aprovada pelo Conselho Universitário (Consuni) em agosto de 2010, após vários anos de atividades do Projeto UFC Inclui, um dos principais responsáveis por levantar a bandeira da acessibilidade na Instituição.


Fonte: Secretaria de Acessibilidade UFC Inclui - (fone: 85 3366 7660)

Deficiência Intelectual - Síndrome de Down

terça-feira, 22 de março de 2011

Dia Mundial de Consciência sobre o Autismo em Fortaleza-Ce

Imagem: Texto "AUTISMO CONSCIENTIZAÇÃO E INCLUSÃO", silhueta de uma diversidade de pessoas de mãos dadas (crianças, adultos, cadeirantes, pessoa segurando uma bengala) e a logo do Dia Mundial da Consciência sobre o Autismo - uma ciranda de pessoas de diversas cores ao redor da Terra, com a representação estilizada do Sol em espiral.


A ONU decretou 2 de abril como o dia Mundial da Consciência sobre o Autismo, é uma data que serve como referência para que autistas, suas famílias, governos e sociedade em geral discutam o autismo e reafirmem o compromisso de promoção da inclusão e defesa dos seus direitos fundamentais.
Nesse sentido a ABRAÇA - Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas com Autismo e suas filiadas no Ceará, Casa da Esperança e Fundação Projeto Diferente, têm a satisfação de convidar às pessoas com autismo, seus familiares, gestores públicos, profissionais, ativistas do movimento de pessoas com deficiência e tod@s que fazem parte da luta pela inclusão a tomarem parte nas atividades programadas em alusão à data, conforme programação a seguir:

DIA MUNDIAL DA CONSCIÊNCIA SOBRE O AUTISMO
Tema: Autismo, Conscientização e Inclusão

1º de abril (sexta), 15h - Ato público na Praia de Iracema, concentração na Estátua de Iracema. (Quase em frente ao Restaurante Tia Nair - Av. Beira Mar com Ildefonso Albano)

4 de abril (segunda), 14h - Audiência Pública na Assembleia Legislativa do Ceará: Autismo, Conscientização e Inclusão - a situação das pessoas com autismo e suas famílias no Estado do Ceará. (Av. Desembargador Moreira, 2807 - Bairro: Dionísio Torres - CEP: 60170.900)

5 de abril (terça), 9h - Roda de Conversa na Casa da Esperança: Autismo e Inclusão Escolar (Rua Francílio Dourado, 11 - Bairro Edson Queiroz, Fortaleza-Ce - CEP 60813-660)


Maiores informações:
Alexandre Mapurunga: (85) 88734308
Arlete Rebouça: (85) 88542951
Teresa Sandes: (85) 88837651

Medicina ajuda a melhorar qualidade de vida de portadores da Síndrome de Down

Dia Internacional lembra os avanços e desafios dos portadores ao redor do planeta

No Dia Internacional da Síndrome de Down, o repórter Fábio Ramalho foi acompanhar a rotina de Paula, de 23 anos, portadora do distúrbio genético. Ela toca bateria e já fez comercial de TV.
A Síndrome de Down é um acidente genético, ou seja, a pessoa nasce com um cromossomo 21 a mais, que implica em problemas cognitivos e diferentes características físicas.
Segundo o IBGE, 300 mil pessoas tem a síndrome no Brasil, o que significa um caso a cada 1.000 nascimentos.
No entanto, avanços da medicina e da sociedade têm ajudado a melhorar a qualidade de vida. Um exemplo vem da própria Paula, que, depois de uma cirurgia na mandíbula, passou a respirar melhor e a se sentir mais confiante para seguir uma vida amorosa.


Fonte: R7


Secretário Nacional de Promoção das Pessoas com Deficiência participa de reunião em Madrid para troca de experiências

Humberto Lippo esteve em Madri, na Espanha, da 30ª Reunião da Rede Intergovernamental Ibero-Americana  de Cooperação Técnica (Riicotec) . O encontro teve por objetivo promover avanços na implementação de políticas públicas, programas e serviços, considerando os direitos das pessoas idosas e com deficiência, com vistas à melhoria de sua qualidade de vida, por meio de intercâmbio de experiências e boas práticas entre os países.
Dentre as propostas apresentadas por Lippo, estão a criação de um Banco de Projetos mantidos para auxiliar a troca de experiências na área da pessoa com deficiência.
“Queremos buscar também subsídios para a criação de um grupo temático sobre a implementação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, dar atenção a este tema para que o que está proposto na Convenção seja concretizado,” enfatiza Lippo.
A Riicotec é um instrumento de cooperação técnica internacional criado em 1991, em Madri, pelo atual Instituto de Migrações e Serviços Sociais (Imserso), organismo dependente do Ministério do Trabalho e Assuntos Sociais da Espanha, responsável pelo desenvolvimento de ações no âmbito ibero-americano. A Rede foi instituída em 1992, sendo que o Brasil é o único membro permanente do Conselho. Os objetivos da Rede são representados na Cartagena das Índias (1992) a política de atenção integral às pessoas com deficiência e idosos.
A Rede é composta por 21 países : Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
 

Apenas 6% das empresas retêm pessoas com deficiência

Segundo pesquisa, baixo percentual é responsável pela alta rotatividade

Entre os meses de agosto e novembro de 2010, a Plura Consultoria, empresa especializada na inclusão de profissionais com deficiência, realizou uma pesquisa com 71 companhias das indústrias química, farmacêutica, serviços, financeiro, energia e construção civil, entre outros setores.
Segundo o estudo, apenas 6% das empresas entrevistadas realizam ou realizaram um plano para reter trabalhadores com deficiência.
A rotatividade chega a 80% no mercado nacional. Deste total, 58% dos entrevistados afirmam que o período de permanência na empresa é o mesmo ante os demais funcionários, e 42% afirmam haver maior rotatividade entre profissionais com deficiência.
Os entrevistados ressaltaram que a baixa qualificação ou experiência dos candidatos é a principal dificuldade para inclusão, correspondendo a 36,1%, seguida pela resistência dos gestores em aceitar estes profissionais em sua equipe, com 27,7%. A dificuldade em contratar diante dos critérios do processo seletivo corresponde a 19,4%. Por último, 11,1% apontaram a falta de engajamento na equipe. Apenas 5,7% das empresas não encontraram dificuldades na seleção de pessoas com deficiência.
O desempenho dos trabalhadores também foi colocado em pauta. Do total, 68% dos entrevistados afirmaram que os resultados se assemelham ao dos outros funcionários; 26% julgam que a performance é inferior e 6% pensam que o desempenho é superior ao dos demais.
Em relação aos benefícios da inclusão deste público, 50% julgam que humanizou o ambiente de trabalho, 20% acham que a inclusão melhorou a percepção de gestores e equipes, 12% notaram melhora no clima organizacional e 18% não perceberam mudanças.

Fonte: economia.ig

Participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal é baixa, diz pesquisa

Pesquisa realizada pelo economista Vinícius Gaspar Garcia revela que a participação de pessoas com deficiência no mercado de trabalho formal ainda é muito baixa. Segundo o autor do trabalho, se for levada em conta a faixa etária considerada produtiva – entre 15 a 59 anos – e os critérios técnicos e jurídicos, que estabelecem quem tem uma deficiência, teríamos cerca de seis milhões de pessoas nestas condições no Brasil. 
 
De acordo com os dados obtidos da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2007 o número de pessoas com deficiência contratadas formalmente foi de 350 mil; em 2008, 320 mil e em 2009 esse índice caiu para 290 mil. As estimativas encontradas apontaram que Campinas emprega 12% de sua população com deficiência; o Estado de São Paulo emprega 10% e o Brasil apenas 5%.
 
Na opinião de Garcia, a lei de cotas, embora necessária, é insuficiente para fazer a inclusão, já que, segundo ele, caso fosse cumprida por todas as empresas, garantiria cerca de 800 mil vagas de empregos, ou seja, aproximadamente cinco milhões de pessoas com deficiência ainda ficariam fora do mercado de trabalho.
 
  Fonte: Jornal da Unicamp

segunda-feira, 21 de março de 2011

Autoridades condenam preconceito a portadores de Síndrome de Down

Seminário na Câmara marca Dia Internacional da Síndorme de Dow. Evento foi organizado pelo deputado Romário e reuniu 300 crianças.

Deputado Romário (PSB-RJ) com a filha Ivy Bittencourt (Foto: Brizza Cavalcante / Agência Câmara) 
Dep. Romário (PSB-RJ) com a filha Ivy Bittencourt
(Foto: Brizza Cavalcante / Agência Câmara)
 
No Dia Internacional da Síndrome de Down, o deputado Romário (PSB-RJ) realizou um seminário na Câmara nesta segunda-feira (21) para debater políticas públicas de inclusão aos portadores da doença.
Com a presença de 300 crianças de escolas e entidades especializadas na área, o evento marca também a abertura da exposição “Síndrome de Down: é preciso ver com novos olhos”. Primeira repórter com down no mundo, a jornalista Fernanda Honorato ficou encarregada do cerimonial do evento.
Ao lado da filha Ivy Bittencourt, portadora da síndrome, Romário defendeu o fim do preconceito e a valorização das crianças com down. “Hoje é o dia 21, Dia Internacional da Síndrome de Down, e esse ato serve para mostrar que as pessoas que têm a síndrome são bem normais. Na verdade, elas são mais normais do que a gente. Elas precisam de amor, carinho e inclusão. O preconceito é uma coisa bem negativa”, afirmou Romário.
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), pai da Beatriz, que também tem down, participou do evento e foi outro parlamentar a criticar o preconceito da sociedade para com os portadores da síndrome. “A nossa luta é contra o preconceito. Eu tenho uma filha que tem nove meses, a Beatriz. Ser pai de uma criança com down é uma coisa extraordinária”, afirmou o senador petista.
Lindbergh insistiu na questão do preconceito e defendeu a inclusão: “Qual é maior o problema de todos? É o preconceito. Hoje, tem um processo de fortalecimento da inclusão escolar muito forte. Então, a luta é contra o preconceito da sociedade, das próprias crianças, da aceitação das crianças com down na escola. Precisamos lutar pela inclusão.”
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, foi ao evento com o irmão, José Eduardo, portador da síndrome. Toffoli defendeu a aplicação de políticas de inclusão pelo Estado e afirmou que é chegado o momento de a sociedade deixar de lado o preconceito com os portadores de down.
“Eventos como esse são importantes para mostrar a necessidade das famílias, das comunidades e da sociedade em reconhecer a dignidade dessas pessoas. Como reza a Constituição, o Estado tem o dever de promover a inclusão dessas pessoas. E é importante que cada vez mais as pessoas parem de ter preconceito em relação a síndrome de down”, avaliou Toffoli.

Fonte: G1.com

Audiência pública vai debater situação de crianças com síndrome de Down

A Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, por iniciativa da deputada Rachel Marques (PT), vai realizar nesta terça-feira, 22, audiência pública para debater a situação das crianças com síndrome de Down no Ceará. O evento é alusivo ao Dia Internacional da Síndrome de Down, que transcorre nesta segunda-feira, 21.

Foram convidados para a audiência pública a secretária estadual de Educação, Izolda Cela; a secretária municipal de Educação, Ana Maria de Carvalho Fontenele; o presidente do Conselho Estadual de Educação, Edgar Linhares, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Antônio Alves Ferreira; a presidente da Associação Inclusiva de Fortaleza, Penha Alencar; o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino, Airton de Almeida Oliveira e Mariana Cavalcante Ferreira, da Comissão de Elaboração das Políticas Públicas para os Deficientes.

Em todo o mundo, os eventos realizados em alusão ao Dia Internacional da Síndrome de Down têm por objetivo sensibilizar a população sobre as dificuldades enfrentadas pelas pessoas que são acometidas pela síndrome. 
  
Fonte: O POVO Online

APAE - DIA MUNDIAL DA SINDROME DE DOWN


A Deficiência nos Censos

Estão a decorrer os Censos. 
 
Convém recordar os resultados apurados no recenseamento de 2001 para avaliar o que se fez nesta década para facilitar a vida às pessoas com deficiência.
 “Em 2001, o recenseamento da população apurou 636.059 pessoas com deficiência, representando 6,1% da população residente em Portugal, com mais incidência na população masculina que feminina.
Em cerca de “14% das famílias clássicas existia pelo menos um membro com deficiência”.
Dos 636.059 cidadãos com deficiência, 25,7 % eram portadores de deficiência visual; 24,6% motora; 13,2% auditiva; 11,2% de deficiência mental; 2,4% de paralisia cerebral e 23% de outras deficiências.
Quanto ao grau de incapacidade, os Censos de 2001registaram 28% das pessoas com deficiência com grau de incapacidade superior a 60%. Eram 178.096 os cidadãos com grande incapacidade, indicador da dependência dos cuidados de outras pessoas.
Os Censos de 2001 registaram ainda que mais de metade da população com deficiência não possuía qualquer grau de incapacidade atribuído, 53,6% nessa situação.
O número de cidadãos portadores de deficiência crescia com a idade, particularmente quando se tratava das deficiências auditiva, visual e motora, o que é natural.
A “deficiência mental e a paralisia cerebral registavam incidência superior em idades mais jovens. Este registo estará “provavelmente relacionado com a própria natureza dos tipos de deficiência observados e com uma menor esperança média de vida dos indivíduos portadores destas deficiências”.
“Em 2001, cerca de 37% da população com deficiência ou não sabia ler nem escrever ou, sabendo, não possuía qualquer grau de ensino”. População predominantemente analfabeta, que, na melhor das hipóteses, se ficava pelo “1º ciclo do ensino básico”.
 “A população com paralisia cerebral registava a maior percentagem sem nível de ensino, seguida da população com deficiência mental.”
Em 2001, das pessoas com deficiência com 15 ou mais anos de idade, 72% não tinham actividade económica, “economicamente inactivos”, população na situação de “reformada, aposentada ou na reserva (42%); ou na situação de incapacidade permanentemente para o trabalho, (18%) ”.
Da população activa com deficiência a “exercer de forma remunerada”, a maior parte dos indivíduos trabalhava entre 40 a 45 horas semanais, sendo que muitos trabalhavam mais de 45 horas por semana”. Horário de trabalho exagerado e com mais significado quando se trata de pessoas com deficiência.
“Os rendimentos de “pensão ou reforma” constituíam o principal meio de vida para cerca de 55,2% de pessoas com deficiência”.
“As taxas de desemprego da população com deficiência mental e paralisia cerebral eram elevadas, população predominantemente constituída por incapacitados permanentes para o trabalho”, para quem os “rendimentos do trabalho eram pouco relevantes”.
Era nestes dois grupos populacionais que mais se evidenciava estarem “a cargo das famílias”.
Nas “idades entre os 25-64 anos evidenciou-se a importância das famílias institucionais, especialmente entre os indivíduos com deficiência mental e com paralisia cerebral”.
O grau de incapacidade atribuído e a classificação por tipo de deficiência são conceitos frios que não informam das vidas. A observação e a vivência com os portadores dão outro conhecimento e despertam outro modo de ver e de sentir. Muitas das pessoas com deficiência são multideficientes, portadores de diversas incapacidades, pessoas marcadas por múltiplas dificuldades e por dramas silenciosos.
A radiografia da sociedade vista pelos Censos merece uma reflexão. Os caudais de dinheiro para dar formação profissional a esta população são consideráveis. Os números dos Censos de 2001 suscitam muitas dúvidas sobre a utilidade de tão abundantes investimentos. Torna-se indispensável repensar outras aplicações mais adequadas e mais adaptadas às pessoas com deficiência, a quem se pretende dar vida digna. Vamos continuar a ver mendicidade, exibindo deficiências para suprir pensões de miséria?
Os Censos de 2011 devem merecer uma atenção especial. A generalização da pobreza, o desemprego, o trabalho precário, e ainda as alterações no conceito de família devem ter fortes implicações na vida das pessoas com deficiência.
Os Censos de 2011 darão resposta a estas apreensões?

Manuel Miranda
miranda.manel@gmail.com


sexta-feira, 18 de março de 2011

Falta preparo para os líderes na hora do recrutamento

A maior parte das empresas não está conseguindo preencher as vagas obrigatórias para funcionários portadores de deficiência.

A maior parte das empresas não está conseguindo preencher as vagas obrigatórias para funcionários portadores de deficiência. Quem garante é Jaques Haber, sócio da consultoria i.Social e coautor do livro "Cotas: Como Vencer os Desafios da Contratação de Pessoas com Deficiência". "Para que a inclusão ocorra é imprescindível uma mudança na mentalidade das companhias", afirma.
Para Haber, não é difícil encontrar profissionais portadores de deficiência. "O problema maior é a quantidade de oportunidades direcionadas para esses candidatos", diz. "Há falta de preparo dos gestores e são poucos os que, ao entrevistar profissionais com e sem deficiência, mesmo com níveis técnicos semelhantes, optem por contratar a pessoa com deficiência."
Quando a liderança da empresa não estabelece uma cota para cada área ou não se envolve diretamente com o processo de inclusão, a situação se complica ainda mais, segundo o especialista. "Falta preparo técnico, emocional e cultural para os gerentes, peças-chave nesse processo. É preciso que a bandeira da inclusão seja hasteada por toda a empresa, e não só pelo RH."
De acordo com números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre 2007 e 2009, a contratação de profissionais com deficiência decresceu 17,3%. Em comparação, no mesmo período, houve um aumento de 9,6% nas admissões de empregados sem deficiência. Em 2007, eram 348,8 mil trabalhadores com algum tipo de deficiência, o que representava 0,93% do total de empregos formais. Em 2009, esse número caiu para 288,5 mil ou 0,70% do total de vagas. Segundo dados do IBGE, o Brasil é considerado um dos países campeões em população com deficiência: são 24,5 milhões de brasileiros com algum tipo de incapacidade mental ou limitações para ver, ouvir e se locomover.
Números do Ministério da Educação (MEC) indicam que de 419 mil alunos com deficiência matriculados no ensino fundamental, somente 11 mil vão para o ensino médio e 0,1% se matriculam em uma universidade. Especialistas acreditam, no entanto, que esse cenário pode apresentar um horizonte mais positivo nos próximos anos. Em mais de 20 mil currículos cadastrados na consultoria i.Social, 46% do total têm formação superior completa ou em curso e 5,8% do montante apresentam títulos de pós-graduação, mestrado ou doutorado.
Tesoureiro da distribuidora de bebidas Marbela, em São Pedro da Aldeia (RJ), o executivo Irlan Pacheco, de 45 anos, é graduado em administração de empresas e pós-graduado em gestão estratégica. Portador de uma atrofia na perna direita desde criança, trabalha na companhia há quase dez anos. Com 313 funcionários, sendo oito portadores de deficiências, a Marbela faz parte da Confederação Nacional das Revendas AmBev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar). "Gerencio o setor financeiro e lidero seis colaboradores das áreas de contas, arrecadação e fluxo de caixa", explica. O gestor também participa de um comitê que estuda como obter maior lucratividade na empresa.
No ano passado, o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) intermediou a contratação de mais de 500 jovens portadores de deficiência para vagas de estagiários, aprendizes ou celetistas em 201 companhias em todo o Brasil. O número de beneficiados mais do que dobrou em relação a 2009, quando foram incluídas 200 pessoas no mercado. Ao se cadastrar no programa, os estudantes podem fazer 30 cursos a distância, formatados para desenvolver competências técnicas.
Este ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou a nova edição do Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Setor Bancário. O objetivo é capacitar e incluir 444 pessoas com deficiência em 11 instituições, como BicBanco, Bradesco, Citibank, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander. Os selecionados são contratados como bancários e participam de um programa de capacitação profissional com duração de seis meses. Há aulas de matemática financeira, etiqueta empresarial, informática e vendas. A primeira versão do programa, realizada entre 2009 e 2010, teve mais de 400 participantes. Todos assumiram cargos nos bancos. (JS)

Fonte: Valor, 18/03/2011.

Sala de aula virtual pode ajudar a pessoas com necessidades especiais

Grupo oriundo da Universidade da Geórgia está aliando tecnologia e aprendizado para promover inclusão Leandro Isola
 
Uma sala de aula virtual que permite que os alunos interagem com orientadores e com outros alunos pode ajudar as pessoas com deficiência a aprender matemática e outras disciplinas. Fantasia? Não, um grupo liderado pelo Georgia Institute of Technology da Universidade da Geórgia está criando uma sala de aula que irá deixar os alunos com deficiência (desde cegueira e baixa visão até dificuldades de aprendizagem) em contato permanente com um professor.
A sala de aula esta sendo construída no Second Life, a primeira classe será composta por 40 alunos do ensino médio, 45 estudantes universitários e 20 estudantes de pós-graduação. O projeto é financiado pelo National Science Foundation (NSF), que destinou uma verba de 3 milhões de dólares em cinco anos.
Os relatórios anuais feitos pelo NSF têm repetidamente revelado que certas populações, particularmente aquelas com algum tipo de deficiências, são sub-representados no campos da ciência, tecnologia, engenharia e matemática .
O motivo: os alunos com deficiência não estão recebendo o apoio necessário no sistema de ensino público, disse Robert Todd, cientista sênior do Centro Tecnológico para a Tecnologia Assistiva e Acesso Ambiental da Universidade da Geórgia. Segundo ele muitos tem vergonha da sua deficiência, como dificuldades de aprendizagem e há também a questão de preconceito.

A Aprendizagem
Os alunos e orientadores terão plena liberdade para criar seu próprio avatar. “Temos visto a partir de projetos passados que alguns alunos irão escolher os avatares, parecidos com eles, por isso alguns deles vão entrar no mundo virtual com cadeiras de rodas virtual, alguns vão com cães-guia virtual, por exemplo “, disse Todd ao TechNewsDaily.
Uma vez conectado ao mundo virtual, os alunos irão encontrar-se com os seus professores (na forma de avatar também), com horários para reuniões, aula e ainda vão poder trabalhar em laboratórios de aprendizagem no espaço virtual.
O programa de aprendizagem terá em conta as necessidades especiais dos alunos. Por exemplo, os alunos cegos usam tecnologias especiais desenvolvidas pela IBM que converte texto em som.

Brasil
No Brasil há 28 milhões de pessoas portadoras de algum tipo de deficiência, incluindo física e mental, o pior é saber que 77% das pessoas com deficiência acreditam que não têm seus direitos respeitados no país. Essa é uma das conclusões da pesquisa “Condições de vida das pessoas com deficiência no Brasil”, feita pelo DataSenado com base num cadastro cedido pelo Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência (IBDD) com 10.273 pessoas com deficiência em todas as regiões do Brasil.
Nos dias de hoje, entre todas as situações da vida de uma pessoa com necessidades especiais, uma das mais críticas é a sua entrada e permanência na escola. Ainda que hoje, embora mais sutil, pratica-se a “educação inclusiva” em algumas escolas. Este projeto americano é mais uma ferramenta para os portadores de necessidades especiais ganharem “o mundo”.

Fonte: Mundo Conectado