A maior parte das empresas não está conseguindo preencher as vagas obrigatórias para funcionários portadores de deficiência.
Quando a liderança da empresa não estabelece uma cota para cada área ou não se envolve diretamente com o processo de inclusão, a situação se complica ainda mais, segundo o especialista. "Falta preparo técnico, emocional e cultural para os gerentes, peças-chave nesse processo. É preciso que a bandeira da inclusão seja hasteada por toda a empresa, e não só pelo RH."
De acordo com números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre 2007 e 2009, a contratação de profissionais com deficiência decresceu 17,3%. Em comparação, no mesmo período, houve um aumento de 9,6% nas admissões de empregados sem deficiência. Em 2007, eram 348,8 mil trabalhadores com algum tipo de deficiência, o que representava 0,93% do total de empregos formais. Em 2009, esse número caiu para 288,5 mil ou 0,70% do total de vagas. Segundo dados do IBGE, o Brasil é considerado um dos países campeões em população com deficiência: são 24,5 milhões de brasileiros com algum tipo de incapacidade mental ou limitações para ver, ouvir e se locomover.
Fonte: Valor, 18/03/2011.
A maior parte das empresas não está conseguindo preencher as vagas obrigatórias para funcionários portadores de deficiência. Quem garante é Jaques Haber, sócio da consultoria i.Social e coautor do livro "Cotas: Como Vencer os Desafios da Contratação de Pessoas com Deficiência". "Para que a inclusão ocorra é imprescindível uma mudança na mentalidade das companhias", afirma.
Para Haber, não é difícil encontrar profissionais portadores de deficiência. "O problema maior é a quantidade de oportunidades direcionadas para esses candidatos", diz. "Há falta de preparo dos gestores e são poucos os que, ao entrevistar profissionais com e sem deficiência, mesmo com níveis técnicos semelhantes, optem por contratar a pessoa com deficiência."Quando a liderança da empresa não estabelece uma cota para cada área ou não se envolve diretamente com o processo de inclusão, a situação se complica ainda mais, segundo o especialista. "Falta preparo técnico, emocional e cultural para os gerentes, peças-chave nesse processo. É preciso que a bandeira da inclusão seja hasteada por toda a empresa, e não só pelo RH."
De acordo com números da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), entre 2007 e 2009, a contratação de profissionais com deficiência decresceu 17,3%. Em comparação, no mesmo período, houve um aumento de 9,6% nas admissões de empregados sem deficiência. Em 2007, eram 348,8 mil trabalhadores com algum tipo de deficiência, o que representava 0,93% do total de empregos formais. Em 2009, esse número caiu para 288,5 mil ou 0,70% do total de vagas. Segundo dados do IBGE, o Brasil é considerado um dos países campeões em população com deficiência: são 24,5 milhões de brasileiros com algum tipo de incapacidade mental ou limitações para ver, ouvir e se locomover.
Números do Ministério da Educação (MEC) indicam que de 419 mil alunos com deficiência matriculados no ensino fundamental, somente 11 mil vão para o ensino médio e 0,1% se matriculam em uma universidade. Especialistas acreditam, no entanto, que esse cenário pode apresentar um horizonte mais positivo nos próximos anos. Em mais de 20 mil currículos cadastrados na consultoria i.Social, 46% do total têm formação superior completa ou em curso e 5,8% do montante apresentam títulos de pós-graduação, mestrado ou doutorado.
Tesoureiro da distribuidora de bebidas Marbela, em São Pedro da Aldeia (RJ), o executivo Irlan Pacheco, de 45 anos, é graduado em administração de empresas e pós-graduado em gestão estratégica. Portador de uma atrofia na perna direita desde criança, trabalha na companhia há quase dez anos. Com 313 funcionários, sendo oito portadores de deficiências, a Marbela faz parte da Confederação Nacional das Revendas AmBev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar). "Gerencio o setor financeiro e lidero seis colaboradores das áreas de contas, arrecadação e fluxo de caixa", explica. O gestor também participa de um comitê que estuda como obter maior lucratividade na empresa.
No ano passado, o Centro de Integração Empresa-Escola (Ciee) intermediou a contratação de mais de 500 jovens portadores de deficiência para vagas de estagiários, aprendizes ou celetistas em 201 companhias em todo o Brasil. O número de beneficiados mais do que dobrou em relação a 2009, quando foram incluídas 200 pessoas no mercado. Ao se cadastrar no programa, os estudantes podem fazer 30 cursos a distância, formatados para desenvolver competências técnicas.
Este ano, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lançou a nova edição do Programa de Capacitação Profissional e Inclusão de Pessoas com Deficiência no Setor Bancário. O objetivo é capacitar e incluir 444 pessoas com deficiência em 11 instituições, como BicBanco, Bradesco, Citibank, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander. Os selecionados são contratados como bancários e participam de um programa de capacitação profissional com duração de seis meses. Há aulas de matemática financeira, etiqueta empresarial, informática e vendas. A primeira versão do programa, realizada entre 2009 e 2010, teve mais de 400 participantes. Todos assumiram cargos nos bancos. (JS)
Fonte: Valor, 18/03/2011.
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