Pessoas com deficiência, negros, homossexuais, pobres, índios, ex-presidiários, ex-dependentes químicos, mulheres. O que têm em comum? A necessidade de políticas públicas para sua inclusão na sociedade. Mas não basta a vontade política, há que mudar o comportamento dos que se dizem civilizados. Hoje falarei um pouco sobre as pessoas com deficiência.
Antigamente eram chamados de “Portadores de deficiência ou de Necessidades Especiais”, nome totalmente inadequado porque, como eles mesmo dizem… “se estivéssemos portando alguma coisa poderíamos deixá-la em casa”.
Os deficientes visuais podem ser classificados como cegos – quando nada enxergam – ou pessoas com baixa visão (também denominadas pessoas com visão subnormal), sendo esses deficientes o grupo com maiores dificuldades de inserção no mercado de trabalho, haja vista a necessidade de investir em equipamentos de proteção, de direcionamento e de adaptação do ambiente de trabalho. Mas, afirmo, isso é PRECONCEITO: o sistema operacional DOSVOX pode ser instalado gratuitamente nos computadores, o direcionamento no local de trabalho pode ser feito com facilidade – fitas no solo, indicação em Braille – e, na verdade, nem é necessário, pois o deficiente visual aprende com extraordinária facilidade o “caminho de casa”, isto é, o caminho para sua mesa de trabalho, para a copa, para o banheiro e até para a sala do chefe. Em suma, quase não há investimento no ambiente de trabalho, e o benefício, o benefício emocional, o ganho em aprendizado do conceito de superação, é impagável. No dia-a-dia, também é fundamental que os deficientes visuais tenham acesso às artes, seja através de filme ou teatro falados (com descrição das cenas), além de maior número de textos em Braille.
Os surdos-mudos precisam que um número maior de pessoas se especializem na Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS), de modo a viabilizar eventos acessíveis.
Os surdocegos, pessoas que têm ambas deficiências, precisam ser mais compreendidas, pois não se trata apenas de surdos que também não enxergam, ou cegos que também não ouvem, trata-se de uma deficiência múltipla com características próprias e que precisa de tratamento único, especializado.
Os cadeirantes têm todas as possibilidades de ingressarem no mercado de trabalho, desde que as empresas se preparem com investimentos no mobiliário e na infra-estrutura ambiental, como banheiros adaptados e acessos adequados.
As pessoas com síndrome de Down ou com autismo precisam ter sua capacidade reconhecida, pois o preconceito predomina sobre a aceitação, tornando mais difícil a sua inclusão no mercado de trabalho. Há vários exemplos de empresas que já os contratam para atividades de apoio administrativo, sem que haja necessidade de qualquer investimento tangível, bastando a boa-vontade dos dirigentes e colegas de trabalho.
Fernando Gutman
Fonte: dihitt
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