Pessoas com deficiência, negros e homossexuais têm ainda mais dificuldade que as mulheres para conquistar "um lugar ao Sol" no concorrido mundo da atuação política
Elas são minoria na política brasileira, mas, se comparada a outros grupos, as mulheres podem até se considerar privilegiadas. O espaço de pessoas com deficiência, negros e homossexuais no Congresso Nacional é ainda mais minguado que o delas – e com obstáculos culturais ainda mais difíceis de serem ultrapassados. “No Brasil, precisaremos de um Obama pra mudar a situação”, sugere o deputado federal Edson Santos (PT-RJ), em referência ao presidente dos Estados Unidos Barack Obama, ao ser perguntado pelo O POVO por que ainda são poucos os negros a ocuparem uma cadeira no Congresso Nacional.
Ele demonstra pouca confiança na evolução da participação negra no poder, pelo menos no curto prazo, mas avalia que a tendência é de melhoria. “O Brasil está mais sensível a essa temática. Há mais políticas sociais afirmativas, que possibilitam a inclusão dos negros em ambientes de destaque, como o acadêmico”.
Quem também está à margem são as pessoas com deficiência. Tamanha é a sub-representação delas no parlamento que somente em 2011 a Câmara dos Deputados desenvolveu um sistema especial de votação. Isso por causa da chegada de uma tetraplégica na Casa: a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP). Embora se estime que 15% da população brasileira tenham algum tipo de deficiência física, há apenas três cadeirantes na Câmara. Foi também apenas este ano que o Plenário Ulysses Guimarães recebeu uma rampa de acesso à tribuna onde os deputados fazem pronunciamento. Isso porque Mara se recusou a falar do chão.
Homossexuais
A situação é ainda mais grave para os homossexuais. No legislativo federal, apenas um se diz gay assumido: o deputado Jean Willys (PSOL-RJ). Antes dele, apenas Clodovil Hernandes (PR-SP), já falecido, foi eleito como representante do grupo, mas não defendeu bandeiras levantadas pelo movimento de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgênero (GLBT). Wyllys é da turma dos confiantes e acha que sua apertada vitória abrirá espaço para a chegada de novos homossexuais ao parlamento. Fonte: opovo
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